ESTENOSE DE URETRA
Esta doença caracteriza-se por um estreitamento na luz do canal que conduz urina da bexiga à ponta do pênis. A diminuição da força do jato urinário é uma queixa comum no atendimento urológico.
Sintomas urinários obstrutivos estão muito associados ao envelhecimento e ao crescimento da próstata. Em contrapartida, a principal causa de sintomas urinários obstrutivos em jovens é a estenose de uretra, sendo também a 2ª causa mais frequente em outras faixas etárias. Devemos suspeitar sempre que existe história pregressa de uso de sonda, procedimentos urológicos endoscópicos (cistoscopia por ex.), cirurgias da próstata, acidentes associados à fratura pélvica ou “queda à cavaleiro” e pacientes com história de infecção uretral (uretrites). Ainda assim, muitos casos de estenose de uretra não apresentam uma causa bem definida, e são consideradas idiopáticas.
A estenose de uretra pode ocorrer associada a procedimentos médicos necessários, mas que por fim, podem ocasionar trauma direto ou lesão isquêmica deste canal. Tais procedimentos vão desde um simples cateterismo (passagem de sonda pelo canal uretral) a cirurgias urológicas (cirurgias da próstata por ex.). A estenose pode se desenvolver anos após ocorrer uma lesão uretral.
DUVIDAS FREQUENTES
01.
PRECISO FAZER UMA CISTOSTOMIA?
Com frequência, pacientes que apresentam estenose de uretra descobrem sua condição quando já apresentam obstrução urinária severa e nesta situação, são submetidos a cistostomia. Apartir daí, são encaminhados ao urologista, porém, já em uso desta derivação urinária.
Apesar deste cenário, onde a cistostomia já precede o plano de tratamento, quando um indivíduo apresenta piora progressiva da micção e recebe o diagnóstico de uma estenose, a cistostomia deve ser oferecida previamente ao tratamento definitivo.
Durante a micção, o jato urinário agride o canal uretral em sua área estreita já que ocorre um turbilhonamento do fluxo urinário na região de estreitamento do canal, O beneficio de uma cistostomia prévia a cirurgia se estabelece pelo repouso uretral, melhorando as condições locais para o tratamento definitivo.
Alem deste benefício, a cistostomia pode prevenir a ocorrência de uma retenção urinária aguda, quando há grande comprometimento do fluxo uretral, até que se possa programar e executar um tratamento definitivo.
02.
Preciso para de Fumar?
O fumo produz impacto negativo na cicatrização e no aporte de oxigênio no tecido periférico. Essa recomendação, apesar de bem estabeledida para qualquer tratamento cirurgico, é ainda mais importante em pacientes candidatos a uretroplastias com enxerto. É recomendado interromper o hábito por até 30 dias prévios ao tratamento cirúrgico.
03.
POR QUANTO TEMPO PRECISO FICAR DE SONDA?
Após uma uretroplastia, o tempo de permanencia de uma sonda uretral pode variar de 3 dias e podendo chegar até 03 semanas. O norte é a utilização de uma sonda uretral pelo menor tempo possível. Em uretroplastias mais simples, como na uretroplastia anastomótica, pode ser retirada em torno de 07 dias após uma cirurgia bem sucedida. Em uretroplastias mais complexas, com utilização de retalhos e enxertos, o tempo de permanência médio é de 14 dias.
04.
MINHA CIRURGIA É COM MUCOSA ORAL. COMO É DEPOIS DA CIRURGIA? DÓI?
Apesar de motivar receio e ansiedade por parte de muitos pacientes, o uso da mucosa oral nas uretroplastias é um procedimento seguro. A cicatrização da área doarora ocorre de forma rápida, como é peculiar a região, e desconforto intenso ou persistente é extremamente raro.
Complicações regionais ocorrem com maior frequencia nos casos onde é necessário a retirada de grande volume de mucosa.
05.
A URETROPLASTIA É UMA CIRURGIA ARRISCADA?
O termo uretroplastia se refere a uma grande variedade de cirurgias.
As cirurgias uretrais de maior complexidade podem alcançar até 10 horas de duração. Neste cenário, pode-se concluir que SIM, existem riscos. Em contra-partida, os riscos envolvidos são altamente relacionado a comorbidades (como a condição cardiológica) e menos relacionado a eventos agudos como um sangramento desproporcional intraoperatório (mais frequente em cirurgias abdominais por exemplo).
As cirurgias uretrais são procedimentos seguros, mas os riscos não devem ser negligenciados.